segunda-feira, 9 de maio de 2011

Solte o alfinete

ser diferente do igual,
não compactuar com o óbvio,
descortinar a fresta da janela,
ter coragem de enxergar o sol da noite.
onde os poetas revolucionam
trocam luas por tempestades,
encontros em desastre,
a mocinha foge com o bandido.
porque o príncipe era feio.
cega era a princesa,
não viu o coração de sangue...
preferiu a ilusão da miragem,
o vidro refletia, enganou-se...
o cristal estava quebrado, o vidro não.
perde-se por querer,
ganha-se perdendo,
o rumo, o destino, a oportunidade.
O beijo não roubado,
o abraço por debaixo das pernas
nos pé que doíam...
soluços entre sorrisos, mordidas de desespero.
aflição! paciência é tempo a teu favor...
troque tudo, misture a aquarela,
preserve as cores que te amam,
as infinitas, as sem respostas
essas são eternas, jamais alcançadas.
a estrada trará de volta
o que nunca partiu,
o alfinete de ponta redonda,
com brilho de ouro.
prenda o ar, o soluço, reclame,
peça de volta, não desista.
a princesa adormece, o príncipe volta
o castelo se desfaz.
o caminho é longo a volta incerta,
talvez desastrosa, mas feliz...

Um comentário:

  1. "o caminho é longo a volta incerta,
    talvez desastrosa, mas feliz..."

    Novamente suas palavras nos estilhaçam!

    Parabéns Miriam!

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