domingo, 26 de dezembro de 2010

Saia do abismo

A vida corre mais que depressa, tantos afazeres, cobranças e obrigações.
Encargos que sobrecarregam as energias fazendo com que a vida passe mais rápida do que o tempo real.
O espaço entre viver e estar na vida se torna um abismo. Nesta busca incessante, há tropeços, desencontros, parece um caos conciliar atribuições diversas, impostas pelo homem moderno.
Exige-se tanto, vive-se o momento do “tem que”... ser bonito (a) a qualquer custo, para ser aceito , “tem que” estar impecavelmente no corpo, no bolso, na relação afetiva, no trabalho, rugas nem pensar!...
O "tem que" prevalece com o motor ligado apenas na função acelerar, sem importar a pressão interna que causa no Ser, sobrepondo o normal e ao possível ter.
Pare! Veja. O tempo não aumenta, o dia ainda tem só 24 horas, e pela lógica do equilíbrio deve ser o tempo ideal para as atividades necessárias.
E o que é necessário? Correr e seguir o tempo do “outro”, porque comumente se serve ao "outro". O outro do gênero comum domina, quando o Ser cede espaço para o Ter.
Reinvente você mesmo!
Estar consigo mesmo é estar na percepção do próprio coração, o pulsar guia a emoção o ritmo do tempo da vida.
Aquiete-se, reveja valores... Encaixe-se nas reais necessidades, reduza o fluxo, afrouxe as exigências e que “os outros” encontrem seu próprio espaço.
Viva o seu tempo com suavidade, grandeza e com excelência. O padrão de comportamento da sociedade tecnológica possibilita viver com inteligência, se dê o melhor!
Pise na grama, ame, respire fundo, abrace a você mesmo com alegria, deixe o rosto no vento, perceba o pássaro no jardim da sua casa ou no jardim da rua. Desfrute o calor do sol que aquece, observe as estrelas na noite dos apaixonados, mergulhe na luz da lua.
Viva, floresça, renove-se e seja feliz...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Amar sem rima

Hoje quero transformar tudo em poesia,
Não a que rima até porque esta não tem graça.
A rima faz tudo certinho.
Quero a emoção que solta a poesia,
Devoção que transforma a vida em desejos.
Importa amar sem tempo,
Sem a paixão que sorve tudo em um só gole.
Quero o amor que se dilui em noites estreladas,
Lua prateada engolindo o caminho,
Devolvendo a emoção lenta da viagem.
Nada de fantasia de príncipe ou princesa.
Emoção tem pensamento, sente a presença,
Os olhos fechados trazem a luz do sorriso,
Nele está o sentimento,
Meio sorriso no rosto, nos lábios.
Levita o coração, apaixona o amor,
Sensação do abraço, sem a presença,
Certeza no pensamento.
Braços aconchegam, pensamentos distantes,
Sentimento é isso, vem de dentro, do fundo!
A alegria extrapola o entendimento,
É real para quem sente.
A distância rompe hipótese e o imaginário.
Anestesia os olhos sonhadores
Absorvendo sensações que deleitam, renascem.
Não cabe fantasia nem mentira,
Encaixam todas as certezas.
Quebra o convencional.
Regra sem controle, não sabe o que diz
Nada sabe e tudo afirma.
Chega de consentimentos, aprovações.
Existe e basta!
Compreensível no abstrato,
Que os olhos ouçam e os ouvidos fiquem cegos.
O que importa a rima se amar é o começo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Grau de humanidade

Pergunta que não quer calar. Em que grau você se encaixa? No da omissão, do que pensa que não tem nada haver com isso ou quem sabe do não é problema meu. Ando cansado (a)!
Mas, como entender e mensurar o nível de comprometimento com o outro se você nunca parou para pensar com seriedade no "que é ser realmente humano".
O que você tem feito para se aproximar o mínimo de você mesmo? Qual foi a última vez que você teve tempo e coragem para se olhar nos olhos.
Olhar nos olhos? Como fazer isso?
Cada vez que você estiver em frente ao espelho cuidando de sua aparência: sua roupa, ou quem sabe dos cabelos, da pele do rosto, qualquer detalhe.
Que bela oportunidade você tem perdido de se olhar bem nos olhos,
faça com calma e cuidado...
Assim deve ser, olhar no espelho buscar seus
olhos, penetrar sua alma. Sentir a presença companheira.
Aproveite, retorne, perceba sua companhia, caia na real!
Da concepção, do agora, sinta a presença, o calor, ouça o ritmo do coração, relaxe a respiração.
Ouça sua alma veja o quanto foi desafiada em suportar o "processo" de desenvolvimento no útero, meses de gestação, trabalho de parto, dores, sua mãe... Alegrias, tristezas, brincadeiras entre braços aconchegantes, cuidados e beijos, foram tantos e hoje sem notícias.
Mãos carinhosas, lábios doces na face, sorrisos e provocações para que a alegria aflora-se.
E por falar em alegria de viver por onde a sua? Mãos dadas com quem?
Com os amigos da escola, do jogo de futebol, das brincadeiras de meninas,
de bonecas, de mãezinha, de noiva. E o sonho de amor para sempre?
A viagem do olhar, das lembranças impossíveis de enumerar, estão aí sim, dentro de você na sua memória.
Como andam os seus valores, aqueles colocados etapa por etapa em sua vida? Ainda quer saber qual o seu grau de humanidade?
Perceba em seus olhos quantos olhares somam aos teus neste momento, porque os olhares trazem mãos, sentimentos, renúncia, gratidão, esperança, amor direcionado à você.
Ser humano é se ver no olhar do outro, do semelhante, mas esta percepção só se consegue olhando primeiro para dentro de si mesmo.
É bom encontrar-se, saudar suas ausências, substituir os abandonos, por carinho e "afeto" por você mesmo, ämar sem medida, sem pressa...`Sentir sua companhia, aconchegar seus desejos compartilhar da sua presença.
Identificar o semelhante, é tornando-se plural.
É estar em sua própria companhia, sem importar forma ou qualquer característica. O humano é o teu semelhante, igual na essência e nas incertezas, virtudes ou qualquer valor mensurável pela aparência ou adjetivo.
O humano pulsa na emoção e vibra no olhar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Promessa de Laura

Laura plumava nas sapatilhas, no palco a alegria, outros pulos de bailarinas, rostos felizes, expectativas nos olhos, ansiedade na emoção.
Sorriso largo olhar inquieto, gira os braços delicadas mãos, nos pés as sapatilhas, a força e sua determinação.
Gestos delicados e o encontro no olhar dos pais, da plateia.
Menina ainda e tão feliz, movimentos, agora sim! Só alegria!
Contorno na dança, seus passos são realidade, cada gesto um propósito, no girar da cabeça a meiguice, nas mãos e nos pequenos dedos toda a emoção.
Uma mão para cima e a outra rasgando o ar.
O pai sorri, a mãe também ama, olhos do pais, olhos de filha...
O salto dos pés eleva as pernas projeta a alma.
A pequena bailarina é capaz de atrelar a música, a beleza, a vida.
No contorno da cintura, a leveza do sonho, na fita do cabelo a liberdade, no suave pisar o salto rodopia o movimento.
A respiração acelera, mais um salto!... Eleva o dorso, a coluna, estende os braços gira a beleza, mostra elegância.
O tempo não tem pressa ela ainda é uma menina.
Aplausos! A aventura está apenas começando e já traz elegância e técnica sobre suas sapatilhas.